segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Descompasso

Não negava que os dias viraram anos e não havia o reencontrado, nem mesmo no seu dia a dia memória dele vinha a sua mente, não mentiu quando disse que o amava, mas a vida segue um fluxo mais intenso que as águas de cascatas, ela leva de nós e nos cala, nos acostuma. Não era por medo ou desgosto que não se lembrava, era por descaso, vindo ao acaso. Não havia uma marcar suja de violência, ou uma interrupção externa, foi assim, foi indo e aos poucos foi. Lembrando agora aquela noite quente onde beberam tanto que dormiram rindo e tontos, no dia seguinte sabiam que se amavam. Quando ela partiu e foi viver a vida, ele não disse adeus, nem mesmo tchau, acho que ele sentiu mais, mas também ela que partiu, com uma aflição enorme e toda coragem possível. Garota sabida sentiu no começo, mas com os dias que viraram anos teve uma vida tão repleta de vida que nada anterior parecia relevante. O tempo cura aqueles que a ele pedem auxilio, na verdade ela nem precisou pedir e a cura veio, veio por estar tranquila, que o fim é a certeza do começo e que se esvaírem com o tempo, inclusive o eu. Um belo dia tomando um café ouviu a voz dele, soou com uma bofetada em sua cara, levantou correndo e o abraçou por trás. Ele retribuiu abraço sem olhar pra trás, eles sabiam reconhecer um ao outro com muito pouco, ela nem percebeu, mas ele chorou uma lagrima. Terminaram o café juntos, quando se despediram ela sentiu uma dor tão profunda, passou o resto dos dias lembrando dele e ele dela, mas nunca mais se viram.

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