segunda-feira, 13 de abril de 2009

Amante

Mundana e libertina era ela, sempre com seu justo e belo vestido vermelho, com os cabelos ao vento e seu rosto sempre com uma expressão de triste felicidade. Seus amantes e suas amantes eram incontáveis a pondo de não lembrar seus rosto, mas com cada ser que se deitava, roubava uma peça de seu traje, para manter uma máxima pessoalidade impessoal. Isso a fazia feliz, guarda cada mínima peça numa gaveta dourada, umas meias-calças desfiadas a um relógio de ouro eram grandes troféus, disse que não lembrava o rosto do amante, mas o cheiro dele, Dora nunca esqueceria. Mantinha o ritual de abrir sua grande gaveta e cheirar todos os seus suvenires, para projetar a imagem pelo cheiro, por horas gargalhava lembrando da impureza de seus orgasmos, toda noite, menos em noite de lua, ela saia para conseguir novas aquisições, novos orgasmos e cada dia um novo aroma.