terça-feira, 28 de outubro de 2008

Senhora

Sentada a beira mar, havia uma senhora observando o por do sol, uma senhora com mais ou menos 70 anos, mas ela ainda reservava em seu rosto belos traços, a vida nunca foi boa para ela, mas também nunca foi ruim, na verdade ela acreditava que tudo foi muito justo.
Eu não posso descrever como era esse lugar que ela repousava, pois ela nem eu nos lembramos ao certo, mas era lindo. Ela possuía o sorriso mais lindo do mundo e vendo o sol se por e as ondas do mar, lembrava de toda a sua vida, gargalhando, e ali quando o sol se pos, exatamente nesse momento, ela faleceu, no momento certo e no lugar ideal e mesmo nesse momento ele era feliz por não ter com que se arrepender e ninguém para pedir perdão.

domingo, 26 de outubro de 2008

Esse não é um poema, não é um conto, é desabafo, mais um e simples desabafo.

Nesse momento me sinto sozinho, confuso e até excluído, não culpo ninguém é uma coisa pessoal, talvez seja carência ou uma paranóia, pode ser, mas eu me sinto assim, sem apoio sabe, estou o tempo todo rodeados de pessoas, mas sinto como se não houvesse ninguém ao meu lado, vejo como se tivesse que carregar o mundo em meus ombros, pois me sinto responsável por todos por mim e pelo ninguém, eu sinto que eu afasto as pessoas e me aproximo do nada, penso o tempo e desistir de tudo me meter em um buraco e esperar a morte sem nenhuma dignidade, mas acho que nem pra isso tenho coragem, é isso sou um covarde, pra larga tudo e morrer a vontade, ainda bem que eu não tenho coragem, pois minha mediocridade não permitiu conhecer o amor de verdade, sou tão jovem e tão cansado sera que um dia isso será ao contrario, talvez eu possa ser amado de verdade.

Quando a Puta Virar a Lucia

Sou piranha encabulada
Quase uma puta delicada
Calcinhas de seda,
Vestem minha buceta

Porrada você dá na sua macaca
Em mim, nem surra de piru na cara
Quando terminar sua brincadeira
Deixe o dinheiro sobre a mesa

Não preciso disso, mas gosto disso
Ser sua,
Dele,
Dela,
Deles,
Nossa, eu me divirto
Eu gozo às vezes

Chupar, só se pagar
Mas pra sentar é só falar
Essa puta só vai parar
Quando a buceta dela murchar
E com a da Lucia aparentar.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

O Triste e o Desdentado

Um menino que vivia aos prantos por não ter nada, nunca se alegrava, tudo faziam pra por ele a sorri, mas nada o fazia desistir de ser um tristonho, todas as crianças o achavam um chato, chorão e mimado, já os adultos o achavam malcriado, feioso e até um ingrato, ninguém tinha paciência uma criança intragável, mas ninguém o perguntava por que o choro, não havia um pra dar-lhe amor, um pra abraçá-lo, todos sempre mal-humorados, nenhum com espírito de palhaço para animá-lo, um dia chegou um moleque sujo e desdentado que viva aos gargalhos, ria de tudo, brincava com todos até irritava, e se deparou com triste e perguntou, “menino por que do choro?” o menino olhou pro moleque assustado já que não era nunca questionado, pensou, pensou e finalmente respondeu. “meu nome é triste, carrego comigo a desgraça da solidão, choro a tanto que já nem me lembro o meu desencanto mas sei que foi importante”. O moleque sem pensar começou a gargalhar, sem perceber o triste que já não chorava levantou uma questão, “e você do que ri”? O moleque gargalhou de novo e respondeu sem pensar. “De tudo ué, rir é tão bom.” Pensou por um breve momento e perguntou ao triste. “Por que você não tenta?”E a resposta foi, “não sei se posso não tenho motivos pra me alegrar não tenho a quem amar”, o moleque abriu sua boca sem dentes e gargalho numa linda resposta, “ ora ame a mim, seja meu amigo meu companheiro de risadas, meu irmão até nas desgraças e nada será tão desgraçado”.
Depois disso nunca mais o triste chorou e nunca mais do desdentado se separou, eles se completam e vivem em pura alegria, como amigos, que se amam e que nunca se abandonam, eternas crianças que brincam por toda infância.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Outubro

Em outubro há sonhos e medos,
Em outubro se é feliz e choroso,
Em outubro há ganhado e perdas,
Em outubro há beijos e socos,
Em outubro há boemias e preces,
Em outubro brincam e são sérios,
Em outubro inovam e repetem,
Em outubro se ama e odeia,
Mas o melhor é ouvir gargalhadas em outubro.

Tédio

Hoje não foi um bom dia
Nem uma alegria
Não via-se um sorriso
Neste dia cinza
Não se via lagrimas
Neste dia cinza
Não existia vida
Não havia paz
Não havia guerra
Não havia nada
Neste dia cinza
Que tédio
Esse cinza, cor estranha que não faz uma escolha.
Não é preta nem branca
É merda.
É vida
To cansado dessa porra de cotidiano
Que me matem
Ou que morram tentando
Neste dia cinza
Não quero ser mais um do rebanho
Hoje sou um estranho.

Árvore seca

Venero está menina
Desenhos, há em suas curvas
Guarda segredos
E conta fofocas
Quantas lembranças têm
Essa tal de Árvore Seca
Que de seca não tem nada
É bem viva e muito amada
Verdinha da silva
E bem arrebitada
Todo dia nos acolhe
Dias bons e ruins
Nunca vai embora
Essa tal de Árvore Seca
Quando ela é invadida
Ou desrespeitada
Não se exalta
Mas magicamente os invasores são defumados
Ou simplesmente ameaçados
Por quem lhe deve amor
Por quem a venera
Sempre em sua vida
Essa tal de Árvore Seca
Nos levará com ela.

Tempos passados

Lembro do tempo que rei era divino
Que as mulheres eram nada
E os homens amantes
Que não se chorava
Não se gritava
Que não se fudia
Sexo é horror
E tudo é putaria
Como lembro do tempo
Das senhoras cantoras
Da erva comendo solta
Das rebeliões
Das transas
Como eram boas as transas
Como era bom o amor
Do verdadeiro rock
Do mais belo pop
Do Andy
Lembro das mortes
Da ditadura
Do ditador
Do silencio
Do medo que sentia
Da solidão da minha vida
Do dia que te vi
Do primeiro beijo
Do outro primeiro beijo
Do primeiro amor
Da ultima transa
Mas não lembro de você
Como era ontem
Como foi hoje
Mas lembro como será o amanhã
O nosso amanhã
O amanhã de todos
O amanhã de deus
Só o seu deus.

Menina da Bochechas Rosadas

Em terra torta e feia onde em sua a maioria tinha homens deformados, nasceu uma menina das bochechas rosadas, nasceu numa pequena parte dessa terra onde todos tinham as bochechas rosadas, onde tudo era fácil e bonito e todos eram felizes para sempre. Essa menina era especial, ela tinha tudo e que os outros iguais a ela tinham, mas sentia falta de algo, ela foi crescendo e a sensação de falta foi crescendo junto a ela, mas ela era incapaz de perceber o que ela sentia falta, teve um dia que seu pai, um homem com as bochechas praticamente vermelhas, porem com os dentes podres. Contou a ela como eles eram privilegiados por terem as bochechas rosadas e como haviam vermes deformados e infelizes pelo mundo, nesse momento ela percebeu do que ela sentia falta, ela sentia falta de igualdade, falta de amor e falta de compaixão entre todos e resolveu pergunta ao sábio pai por que todos não eram iguais e felizes. Ao fazer a tal simples pergunta ela sentiu pela primeira a força da repressão levou um tapa e foi proibida de falar nisso novamente, afinal poderia criar idéias aos vermes de criação. Nesse momento a menina das bochechas rosadas resolveu lutar pela igualdade, conversou com todos os homens deformados, mostrou que eles podem ser iguais que entre ela e eles nada havia de diferente a não ser aparência, mas que isso não os mudava em nada, quando os olhos deformados começaram a enxergar a realidade, quando tudo estava quase perfeito apareceu um homem de bochechas rosadas, homem diferente ele sabia fazer uma coisa que ela jamais tinha visto, ele sabia sorrir, todos idolatravam ele, mas ela tinha um pé atrás, ele podia convencer a todos, logo todo trabalho da menina tinha sido jogado fora, ela quando percebeu tentou avisar os homens, mas ninguém a ouviu, já era tarde, mas ela não desistiu com tempo foi sendo atacada pelos rosados, depois por todos, quando percebeu que não havia jeito ela derramou uma lágrima, depois outra e outra, de tantas lagrimas que derramou, ela morreu seca e amarga. Só por ter amado mais do que é aceitável.