terça-feira, 20 de maio de 2014

Céu

Eu sou o céu que vive no alto da torre, tempestuoso, mutável e belo. Quem me dera, fluído e mistico como um céu ser, talvez necessário pro outro, ter medo de ser descartado é o que sempre minou as minhas relações, não, ter a certeza que algum momento seria descartado e não saber lidar com a angustia dessa experiencia é o que minou minhas relações, será?
Tem dois dias que a gente se pegou, foi uma graça e tal, mas não sei se quero de novo, não sei se queria sabe, ai que horror. No alto de uma torre vivia uma linda princesa, que arrastava sua saia na praça e piranhava a noite toda. Forma que eu me retraria numa fabula, eu amo todo mundo! Êêê vamu trepá! Muito complicado esse afeto, cheio de culpa, cheio de tristeza, prisões, vergonhas e tabus. Não sei como vocês consegue namorar nesse contexto, namora comigo vai? Epa que doideira, isso é uma delicia.
Compreendo claramente a acusação que nos movemos pra trepar, talvez seja esse o caminho, se a gente trepasse uns com os outros e ia ser muito mais difícil te deram um tiro de borracha na cara e a galera não cair pra cima do policia.
Uma torre que não é prisão, não é tristeza ou fábula, meu lar, o céu do alto da torre.

Genesis

"As vezes sinto saudade da época que tinha uma vida normal, de pessoas normais, dessas que não precisam ler dois livros clássicos por semana pra assistir uma aula... Queria ter uma vida normal dessas de quem tempo pra ler um livro qualquer, de um anônimio qualquer, ou de um clássico pseudo-cult qualquer. É difícil viver a vida nas sobras das páginas obrigatórias, que se arrastam sobre teorias modernas do ser e do estado. É difícil para um pirata do asfalto se trancar em casa com Montesquieu, Maquiavel, Hobbes, Rousseau, enquanto a cidade vive. Difícil mesmo é lhe dar com a retórica que nos assola: Pra que tanto saber? Pra que preciso saber disso tudo? Talvez isso tudo não passe de uma vaidade que não vale essa vida. Temos que saber o suficiente pra compreender o mundo em que vivemos, todo o resto não passa de vaidade intelectual."