quinta-feira, 25 de abril de 2013

Flor da Noite

Todos os impulsos levados a senhora de destino duvidoso, não eram uma prova de deus ou de reino curto. No calar da noite vinha até ela a janela de genialidade que durante os dias era fechada, já que a vida pulsante do dia a fazia desistir de pensar, desistir de si. Nada como por do sol para aquietar os fluidos energéticos humanos, perdoai-vos por não saberem nada da simpatia atemporal dos gritos mudos da noite, eles gritam de sua cabeça pra tinta. Abusa de muitos enigmas pra dizer coisas simples, como tenho medo ou gosto de você. Agradece toda a dor por tira-la de forma furtiva do tédio, é sim uma flor da noite e sim ela está morrendo.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Carolina

É inegável a nossa maldição. Amor infame e perverso que nós temos. Como não conhecer-nos empiricamente, assim no desejo da carne. Queria tanto mais que querer conseguir seu toque com bom grado e oferecer-te o meu da mesma forma, minha querida amiga, estamos condenados a ser amantes que não se amam no sentido erótico da palavra. Nenhum toque delas lhe causa mais arrepios que minha pena nesse momento, eu sei. Todos homens que recusam minhas caricias o fazem bem, pois nunca serão como seriam pra ti. Infelizmente somos um casal que não se deita juntos a cama e nunca seriamos ou seremos isso, você é minha família e eu sou nobre rapaz. O martírio do amor errôneo nos acompanha na eternidade dessa cumplicidade, mesmo que isso seja apenas uma revelação lúdica da minha realidade momentânea.

terça-feira, 16 de abril de 2013

O clímax de todo evento, a troca que forma uma história. O confronto do olhar gera uma substantiva intimidade pontual, tanta coisa é dita no silencio profundo de cada olho, te digo tanto sobre mim e você repete esse movimento involuntário de invasão dos nossos interiores. Acho que por vezes antes de olharmos nos olhos deveríamos pedir licença, já que no meu olhar pro seu olhar eu me explodo em mil e me torno seu.

domingo, 14 de abril de 2013

Inconsciente

Não sei qual é o bairro, mas é bem familiar, acho que é Ipanema. Do nada começa tocar uma musica que automaticamente me lembra de senhora do destino, eu comento com todos a minha volta e ninguém se lembra, sou mesmo um fã de novelas. Não acredito, é a Susana Vieira ali em cima, só pode ser o destino, tenho que pedir pra tirar uma foto. Ao me aproximar e fazer o pedido fui atendido com muito carinho mas por algum motivo não conseguíamos que a foto fosse tirada e com o meu movimento muitos vieram também e logo tumultuaram tudo. Saí desolado da muvuca, mas antes de partir Susana me agarra pelo braço e me convida pra um passeio, todo bobo fui. Conversamos horas sobre nada e no final compramos cachaças, compramos só as melhores, olhei pro lado e era noite, olhei pro outro e Susana não estava mais lá, nem era mais onde eu estava com ela. Surge do nada um flerte do passado e um grande amigo, ele me chama como se ali tivéssemos marcado, vamos pra casa dele e lá está um diferente grupo de amigos, não lembro bem da forma do apartamento, só lembro dela me impressionar. Por algum motivo, eu e o flerte, temos que ir a rua, no trajeto pra lugar algum nos beijamos e damos um inicio a umas das conversas mais constrangedoras que eu já tive em minhas realidades, ele me explica que no apartamento que estamos não podemos fuder, mas que tem um em botafogo que é tranquilo, mas lá o pai dele ia ter que nos assistir e que isso é um problema pra ele, não diga. O tesão era tanto que considerávamos a possibilidade de botafogo, ele me perguntou o que eu tava sentindo, só respondi que eu sinto tesão a todo momento que por ele era muito mais, ele disse o mesmo, mas acabamos não trepando. O dia seguinte foi muito mais que o próximo dia, parecia uma eternidade, acordamos já não mais na casa do flerte e sim na minha cidade natal, vim do campo, do interior do estado. Eu e o flerte éramos namorados e lá estávamos eu, ele e uma amiga que eu acabei de fazer, ela veio do sul. Do nada ele me some e eu ouço uns barulhos do mato, jogo uma pedra e sai do mato uma cobra enorme, do tamanho de um sofá, amarela e laranja, maravilhosa. Eu me tremo todo, mas ela que veio do sul pega uma vassoura pra espanta-la, mas não surtiu efeito e ela entrou na casa em que estávamos, eu subo em algo e fico com a vassoura batendo no chão, estou desesperado. Ela passa por mim e entra num quarto, a flor vinda do sul vai atrás e a expulsa do quarto, nisso a cobra tenta entrar em outro quarto e eu vou pra impedir que isso aconteça, mas nisso eu caio e a ultima coisa que eu vi antes de acordar foi a cobra me olhando pronta pra dar um fim nisso.