sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Roda

Estou obcecado por rodas, o objeto circular tem sido a imagem mais reconfortante. Percebi hoje que ficar em uma fila é reconfortante, mover-se dependendo unicamente do fluxo me liberta de múltiplas escolhas, como a velocidade ou a hora que devo seguir.
Nós não nos desapegamos de um desejo experimentado sem uma troca justa. Hoje pensei que se eu tivesse nascido menina meu pai não teria me abandonado, meninos são maus.
To vivendo a fase anal e acho que é por isso que estou obcecado círculos. Fico feliz, sinto que não estou fálico.
O primeiro foi seu pai, o segundo seu irmão e o terceiro foi você quem roubou seu coração, algo parecido com isso e a onda de Lulu Santos são as canções de ninar que eu recordo de quando criança. Tive a melhor mãe do mundo.
A nostalgia da minha escrita me assusta, mas não ouso negar que a admiro. Por falta de onomatopeia não me expresso melhor, e qual forma terá o seu eleito.

Assim como em circulo retorno ao Édipo.

sábado, 16 de agosto de 2014

Era livre.

Basta ter uma abertura que a criação rompa as frechas da inércia. Bum! Está em movimento. Clarões no meio da escuridão, como se fosse um trem no escuro sendo invadido pela luz ocasional da janela. Sou bastante cinematográfico, mas eu juro que era assim.
Já sei que não posso contar com a sorte, mas eu duvido do potencial criador de Deus, duvido de Deus desde sempre.
Eu confio no tempo, ele sabe o que faz, ninguém mais.
Tenho más notícias, estamos perdendo tempo, mas tá tudo bem, sempre pode piorar.
Como gozar de frutos que não nos foi designado. Desaproprie os mercados, desaproprie o amor.
Acho cômico como escrever é uma reverberação de existir. Agora não consigo mais produzir contos com uma linearidade, minha cabeça é confusa e disforme e essa estruturação não me elucida mais, está tudo desorganizado.
Por no papel qualquer coisa tornou-se uma função de labuta, falar para que?
O saber liberta e estar livre num mundo escravista nada mais é que melancólico. Preciso caminhar agora com essa felicidade melancólica que é abrir os olhos.
Processo segue de forma dolorosa, essa continua força de limpeza que limpa todos as camadas que me constituem, vai caindo a pele morta de ontem, para seguir a nova epiderme, ainda bem que eu tenho fé no tempo.

Processo positivista, programa liberal, ter fé no futuro é o que me mantém escravizado.  

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Ter vezes, voltei a mim.

Três vezes eu voltei a mim, percorrendo uniformemente um caminho complexo, talvez viscoso,
fiascos. Reverberação de uma vida adoecida, mas eu te amo. Julia voltou do campo renovada,
pelo que falou, saudades do campo. Como você está? Eu vou bem, voltei a mim 3 vezes antes de cair, por três vezes voltei a mim e você tem se visto. Nessa época do ano a luz é branca, as coisas são claras, não percebo nada em tanta clareza. Clareou o dia com tinta de sol, mas está frio, estou com frio.