Não contei pra ninguém, mas estou morta. Fui para o mar e me
afundei na tristeza límpida e bela das águas. A mesma dor que me afunda é a dor
que me emerge e agora eu sou água. Ainda bem que sou estética e infantilizada e
vi a graça da vida e a força da morte. No meio das lágrimas agora cotidianas ao
acordar, voltar a terra é desagradável, rude e mesquinho. Necessário. Você entendeu tudo errado, a nossa estória tá
toda errada e a vaidade é a alegria do meu dia, o espelho mostra uma linda
moça, talvez a mais linda, não por suas linhas e sim por sua energia, bom dia. Eu
me chamo vida.