Ela sempre foi um guia, ainda assim eu sempre quis correr o
mais distante do que é ser ela, como se fosse possível, tá na cara. Não entendi desde o começo que eu sou ela, sou só ela, sou tudo que ela é e nunca foi, sou
inclusive o que ela poderia ser e nossa conexão não é só sanguínea. Toda guerra que
existiu e existirá é nada mais que uma briga com o nosso reflexo e fumar um
L&M azul pra matar saudades da minha mãe, só me faz entender que nossa
relação também é merda, mas tudo bem, pois o amor também é merda.
terça-feira, 27 de agosto de 2013
domingo, 18 de agosto de 2013
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
Doido
Talvez eu seja doido, ou percebo coisas que os outros não
percebem. Vejo claramente as influenciam na minha existência do mundo, as
mudanças da vida ao mudar as estações, a calmaria que é a lua nova e a energia
que é a cheia, sinto na fala a intenção, posso sentir o cheiro da raiva quando
alguém comenta uma coisa maldosa, posso sentir o calor da ternura num olhar
bondoso, sinto a tristeza, vejo as energias correndo, vejo as trocas, eu toco
nelas e converso com elas, sinto o mundo em mim e eu no mundo, mas talvez eu
seja doido.
Eu estou esperando a primavera.
O inverno chega, não importa o que façamos ele vem todo ano,
com sua melancolia e tristeza, nos veste e depois nos desorienta, nos perde e
assim na nossa própria execução do eu é furtada. Caminhos turvos guiam nossa
relva familiar, e por momentos não nos conhecemos mais, taciturnos e rabugentos
somos. Depois de tanta lambança só
existe espaço pro temer, mas não tema que a primavera irá chegar.
domingo, 11 de agosto de 2013
Fatalidade
Cada sonho depositado se esvairia na fluidez do sangue que
jorrava de sua garganta, ela chorava ao perceber que seu filho morrera e ele o
havia matado. Casou-se jovem com homem de moral indiscutível, como foi feliz
descobrindo a vinda de seu primogênito. Ele odiava o pai a aquela altura, o pai
era reciproco ao sentimento, o ambiente fedia quando os dois ocupavam a mesma
sala, ela agora muito católica fazia novenas para que a paz voltasse a sua
casa. Grávida do segundo, no quarto aniversário do primeiro, o pai o levou para
um passei, ao voltarem nada foi igual. Numa noite os dois brigaram e o filho
empurrou o pai que caiu batendo a cabeça na mesinha de centro, morrendo
instantaneamente, ao entender a fatalidade sentiu que finalmente teria paz,
isso até seu filho mais novo dilacerar a garganta do irmão com uma faca, movido
por todo ódio do mundo.
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