terça-feira, 16 de março de 2010

Faminta

Clara não merecia a dor que sentia toda vez que ousava tentava amar Rodrigo, ele carregava um monstro entre as pernas que adentrava seu corpo com fome. A coitada não ficava sem voz com os berros que dava durante a noite por algum milagre, eu nunca entendi como ela continua a servir aquele ogro, que no meio dos berros havia suspiro de alegria e até prazer. Eu mesma Ana Guimarães já vi a criatura de Rodrigo, eu só a beijei, não tive coragem, mas aquilo tem fome de tão grande, entra nela arrancando seu ventre, arranca seu ar e destruindo suas barreiras e tornando-a impura, suja e lúdica.
E agora eles foram embora, pra tão distante me deixando faminta, de curiosidade, de necessidade e de medo.

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