quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Não era uma vagabunda.

Laura nunca foi pura, olhos grandes e abertos, sempre observando a vida de forma fria, nem ao menos uma vez sonhou. Cética e moribunda viveu a eternidade de sua vida, louca e má traçou seu caminho, nunca amou nem odiou, mas não existe mulher na terra que foi amada e odiada como ela foi. Tédio era a sensação que a dominava a maior parte do tempo, exceto quando via a dor nos olhos de alguém, pois com toda a frieza de seu coração tinha muita sabedoria em sua cabeça e ela sabia como a vida e a dor era complementos, ao ver a dor nos olhos dos homens ela via a vida, a vida que na verdade nunca possuiu, a sensação de movimento ,quando via aquilo, a viciou. Já não podia esperar encontrar aquele olhar corriqueiro, ali começava sua loucura, pensava como torturar o coração humano, como destruir os sonhos e as esperanças, para que pudesse ver a vida, mesmo que por outros olhos, mentia, roubava e matava, tinha alguns efeitos que a agradavam, mas não era o suficiente. Aí ela começou a ser má, mostrava como um espírito velho, toda verdade, mostrava de forma minuciosa toda verdade que todos conhecem, mas acha cômodo ignora-las, no começo a agradeciam a idolatravam, mas quando vemos a verdade tão de perto não suportamos, ela que era incapaz de sonhar não era atingida, toda aquela luz os sufocavam, os matavam e ela via a essência mais pura da dor. Agora morta, ainda não é capaz de sonhar.

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